O mercado financeiro brasileiro iniciou a semana sob forte pressão, refletindo a escalada das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos e a expectativa pela manutenção da taxa básica de juros em patamar elevado. O principal índice da bolsa de valores, o Ibovespa, registrou queda de 1,04%, encerrando o pregão em 132.129 pontos, o menor nível desde abril.
O movimento de baixa foi puxado por ações dos setores de commodities e exportação, que reagiram negativamente à iminência da adoção de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, medida que pode entrar em vigor já no dia 1º de agosto. Além disso, a cautela do Banco Central em relação à inflação acima da meta reforça o cenário de juros altos e crescimento moderado, ampliando a aversão ao risco por parte dos investidores.
No mercado cambial, o dólar comercial subiu 0,50%, fechando cotado a R$ 5,58, impulsionado pela fuga de capitais de mercados emergentes e pela valorização da moeda norte-americana frente a outras divisas globais. A perspectiva de menor entrada de dólares por meio de exportações e investimentos diretos contribui para a pressão sobre o real.
“Os investidores estão reavaliando seus riscos diante de um cenário internacional mais hostil e de uma política monetária que segue restritiva no Brasil”, analisou Carla Ferreira, economista-chefe da Ativa Investimentos.
A combinação de fatores internos e externos amplia a volatilidade do mercado nos últimos dias de julho e deve manter o clima de apreensão até que haja sinalizações mais claras sobre a política tarifária dos EUA e os rumos da taxa Selic no país.
FONTE: jornnaldocomercio.com