O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Banco Central, trouxe revisões relevantes nas expectativas econômicas do mercado para os próximos anos, sinalizando cautela entre analistas diante de um cenário fiscal e externo mais adverso.
A inflação oficial (IPCA) esperada para 2025 subiu de 4,40% para 4,64%, afastando-se ainda mais do centro da meta de 3%. Já a projeção para 2026 também foi elevada, de 4,35% para 4,45%, refletindo pressões de custos, expectativas desancoradas e os efeitos de medidas protecionistas globais — como as tarifas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras.
No que diz respeito ao crescimento econômico, o Produto Interno Bruto (PIB) previsto para 2025 foi revisto de 2,4% para 2,2%, enquanto a estimativa para 2026 caiu de 2,1% para 1,9%. O recuo é atribuído, entre outros fatores, à política monetária restritiva, com a taxa Selic mantida em 15% ao ano para conter a inflação, e à desaceleração nos investimentos produtivos.
O mercado financeiro também elevou as projeções para o dólar, com a taxa de câmbio esperada para o fim de 2026 passando de R$ 5,58 para R$ 5,70, em meio a um ambiente de incerteza externa e risco fiscal interno.
Especialistas alertam que o cenário de inflação persistente, aliada ao baixo crescimento, impõe um desafio duplo para a política econômica brasileira, exigindo respostas coordenadas entre governo, Banco Central e Congresso para conter os desequilíbrios e restaurar a confiança dos agentes econômicos.
FONTE: infomoney.com