As projeções do mercado financeiro para a inflação nos próximos anos foram revistas para baixo, indicando maior confiança na estabilidade dos preços no médio prazo. Segundo o último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2026 caiu de 4,40% para 4,33%. Para 2027 e 2028, as projeções também recuaram, para 3,97% e 3,80%, respectivamente.
A revisão ocorre em um contexto de deflação registrada no IPCA-15 de agosto, primeira em quase dois anos, e de perspectivas de maior controle dos preços de energia e alimentos. Economistas avaliam que, apesar de ainda acima do centro da meta de 3%, os números reforçam a tendência de desaceleração inflacionária.
“O mercado começa a precificar um cenário mais favorável de médio prazo, com inflação convergindo lentamente para a meta, mesmo diante de incertezas externas”, explicou a analista econômica Mariana Pires.
As expectativas mais baixas podem abrir espaço para uma política monetária menos restritiva. A depender dos próximos indicadores, o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá intensificar o ciclo de cortes da taxa Selic, medida aguardada por setores produtivos que pressionam por juros mais baixos para estimular investimentos e consumo.
Ainda assim, especialistas alertam que a trajetória dependerá da condução das contas públicas e do comportamento das commodities no mercado internacional, fatores que continuam a representar riscos relevantes para a economia brasileira.
FONTE: agenciabrasil.com