Em meio à crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se pronunciar nesta sexta-feira (15) sobre as tarifas impostas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros. Durante discurso em Pernambuco, Lula adotou tom de firmeza e reforçou a estratégia de diversificação de mercados como saída para reduzir os efeitos da medida.
“Se os EUA não quiserem comprar, não vou ficar chorando, vou procurar outros países”, declarou o presidente, em referência à taxação de 50% anunciada pelos norte-americanos sobre itens do agronegócio e da indústria brasileira.
A fala foi interpretada como um recado político e econômico. De um lado, busca acalmar o setor produtivo, preocupado com o impacto imediato sobre exportações e empregos; de outro, sinaliza que o governo pretende acelerar negociações comerciais com outras regiões, como União Europeia, Ásia e Oriente Médio.
Economistas ressaltam que a fala de Lula reforça uma linha histórica da política externa brasileira: a busca por autonomia e multipolaridade nas relações comerciais. Contudo, alertam que a substituição rápida do mercado norte-americano é improvável, dada sua relevância na balança comercial do país.
Enquanto isso, o Planalto aposta no Plano Brasil Soberano, pacote de medidas emergenciais que prevê linhas de crédito, incentivos fiscais e estímulo às exportações para mitigar os danos da guerra tarifária. A expectativa é dar fôlego às empresas brasileiras até que novos acordos internacionais se consolidem.
Analistas avaliam que a atual crise pode redefinir as rotas do comércio exterior brasileiro, ampliando a presença nacional em mercados emergentes, mas também exigirá capacidade de negociação política e rapidez nas adaptações internas.
FONTE: noticiasaominuto.com.br