Lula critica tarifas dos EUA e exige tratamento comercial igualitário: “Não somos uma república insignificante”

Economia1 week ago

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom nesta segunda-feira (4) ao comentar a imposição de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. Durante pronunciamento em Brasília, Lula classificou a medida como “inaceitável” e disse que o Brasil “não aceitará ser tratado como uma república insignificante”.

A declaração ocorre em meio ao agravamento das tensões comerciais entre os dois países, após o governo norte-americano anunciar as tarifas como parte de um pacote de sanções vinculadas a divergências políticas e judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Queremos respeito. O Brasil é uma nação soberana, com relevância econômica e diplomática. Não vamos aceitar esse tipo de retaliação disfarçada de política comercial”, afirmou Lula, cercado por ministros e parlamentares da base aliada.

Apesar da contundência no discurso, o governo optou por não retaliar de forma imediata, priorizando uma estratégia de diálogo. O vice-presidente Geraldo Alckmin e o chanceler Mauro Vieira entregaram um dossiê diplomático ao embaixador dos EUA no Brasil, solicitando a revisão das tarifas e propondo a abertura de um canal bilateral de negociação.

No front jurídico, o Brasil também avalia apresentar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), embora reconheça que os trâmites internacionais são lentos e de resultados incertos. “Estamos usando todos os meios diplomáticos disponíveis para evitar prejuízos à nossa economia e à relação com os Estados Unidos”, disse Mauro Vieira.

Segundo o Ministério da Fazenda, os setores mais afetados pelas tarifas são o agronegócio (carne, café e suco de laranja) e a indústria aeronáutica, especialmente a Embraer. A estimativa é de que o impacto direto possa chegar a US$ 2 bilhões por ano, com efeitos sobre o emprego e a balança comercial.

Lula também defendeu o redirecionamento das exportações para novos mercados, com destaque para a Ásia, África e América Latina. “Não podemos ficar reféns de um único destino comercial. Vamos buscar alternativas e defender nossos produtos com dignidade e soberania”, concluiu.

FONTE: as.com

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