Inflação projetada recua para 4,46% e fica abaixo do teto da meta, aponta mercado

O mercado financeiro revisou para baixo, mais uma vez, a expectativa de inflação para 2025. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta semana, a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,55% para 4,46%, posicionando-se abaixo do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%.

O novo cenário é visto com otimismo por analistas econômicos, que atribuem o recuo à estabilidade nos preços de alimentos, combustíveis e à política monetária mais restritiva adotada pelo Banco Central nos últimos meses. A expectativa de inflação está agora dentro do intervalo considerado “confortável” para a autoridade monetária, o que pode abrir espaço para novos cortes na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,75% ao ano.

Confiança e consumo em retomada cautelosa
Apesar da desaceleração da inflação, o crescimento econômico ainda segue tímido. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) permanece em 2,16%, refletindo a fragilidade do consumo das famílias, dos investimentos privados e do mercado de trabalho em algumas regiões.

“É uma boa notícia para a economia brasileira, mas ainda não significa um ambiente de pleno crescimento. Precisamos de mais dinamismo no setor produtivo e investimentos estruturantes”, afirmou a economista Marina Duarte, da Tendências Consultoria.

Impactos nos estados e setores
Com a inflação sob controle, consumidores tendem a recuperar gradualmente o poder de compra, o que favorece setores como varejo, alimentos e construção civil. Para estados como o Paraná, onde o setor agrícola influencia diretamente o custo de vida, a estabilidade dos preços ajuda a manter o consumo local aquecido e atrai novos investimentos.

Próximos passos
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente no próximo mês e deve avaliar a manutenção do ciclo de redução da Selic. Caso a tendência de desaceleração inflacionária se mantenha, o Brasil poderá terminar 2025 com uma taxa de juros próxima a 10%, o menor patamar desde 2021.

FONTE: agenciabrasil.ebc.com.br