A inflação no Brasil apresentou em julho um ritmo de crescimento mais moderado, mas segue distante da meta oficial estabelecida pelo Banco Central. Segundo projeções de economistas consultados pela Reuters, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ter registrado alta de 0,37% no mês, resultado que representa leve recuo em relação a junho.
Na comparação anual, a taxa estimada é de 5,33%, ainda bem acima do centro da meta de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O resultado foi influenciado, em parte, pelo aumento nos custos de energia elétrica e combustíveis, que continuam pressionando o orçamento das famílias e os custos das empresas.
Alguns componentes do índice, no entanto, começaram a dar sinais de alívio, especialmente no setor de serviços, que vinha registrando altas persistentes. Para analistas, essa desaceleração pode indicar que o ciclo de pressão inflacionária está se enfraquecendo, embora ainda não seja suficiente para permitir cortes imediatos na taxa Selic.
Especialistas afirmam que, mantida a tendência, o Banco Central poderá considerar reduções graduais dos juros a partir de 2026, estimulando o consumo e o investimento. No entanto, alertam que fatores externos, como as tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e a volatilidade do mercado internacional de commodities, ainda representam riscos relevantes para a estabilidade dos preços.
Assim, mesmo com sinais positivos, o cenário inflacionário do país continua desafiador e exige cautela na condução da política monetária.
FONTE: reuters.com