Inflação anual atinge 5,3% e Banco Central mantém Selic em 15% para conter pressões de preços

EconomiaYesterday

A inflação no Brasil fechou os 12 meses até julho em 5,3%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número supera a meta central do governo para 2025, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A escalada dos preços foi impulsionada principalmente pelo aumento nos custos de energia elétrica residencial, combustíveis e transportes, em especial as passagens aéreas, que registraram alta acumulada de dois dígitos no trimestre. Além disso, o setor de alimentos voltou a exercer pressão, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Diante do cenário de inflação resistente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano — o maior nível desde 2006. A decisão, que será oficializada ao término da reunião nesta terça-feira (30), segue a linha de uma política monetária cautelosa diante da volatilidade externa e das incertezas fiscais domésticas.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já havia sinalizado que a instituição adotaria uma “pausa prolongada” no ciclo de cortes iniciado em 2023. “Apesar da desaceleração da atividade econômica, o núcleo da inflação segue elevado, o que justifica a manutenção da taxa para garantir a convergência das expectativas”, afirmou em audiência recente no Senado.

Analistas de mercado ouvidos pelo Boletim Focus preveem que a Selic só deverá começar a recuar no último trimestre de 2025, desde que os núcleos inflacionários comecem a ceder e o governo federal mantenha o compromisso com o controle dos gastos públicos.

A decisão do Copom vem em um momento de forte pressão externa, com a expectativa de novas sanções tarifárias dos Estados Unidos contra o Brasil, e incertezas internas sobre a estabilidade fiscal após o recuo parcial no bloqueio de R$ 20,7 bilhões em despesas.

A continuidade da taxa em patamar elevado tende a impactar o consumo das famílias, o crédito e os investimentos, mas é vista por economistas como necessária para preservar a credibilidade da política monetária e garantir o retorno da inflação à meta no médio prazo.

FONTE: eco.com

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