Após registrar deflação em agosto, a inflação oficial do Brasil voltou a subir em setembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,48% no mês, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa uma aceleração significativa em relação ao índice de -0,11% registrado no mês anterior e reforça os desafios enfrentados pela política monetária do Banco Central, que mantém a taxa básica de juros (Selic) em 15%.
Apesar da queda nos preços dos alimentos e bebidas (-0,26%), outros grupos tiveram alta relevante. O maior impacto veio do setor de transportes, que subiu 1,43%, impulsionado pelo aumento no preço da gasolina, que teve reajuste médio de 5,2%. Também houve altas nos grupos de habitação (+0,34%) e saúde (+0,31%).
Com o resultado de setembro, o IPCA acumula alta de 3,74% no ano e de 4,63% nos últimos 12 meses, ainda dentro do teto da meta inflacionária estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), mas acima do centro da meta, de 3%.
Economistas consultados por instituições financeiras veem o resultado como um alerta para o ritmo de desaceleração da inflação nos próximos meses. O mercado agora aposta que o Banco Central poderá postergar cortes na Selic, mantendo os juros elevados por mais tempo para conter a pressão inflacionária.
A inflação de setembro também impacta diretamente o poder de compra das famílias, principalmente as de renda mais baixa, que destinam uma parcela maior de seu orçamento a itens como transporte, energia e alimentação.
FONTE: reuters.com