A economia da Índia consolidou-se como a mais dinâmica entre as nações emergentes, com previsão de crescimento revisada para 6,4% em 2025 e 2026, segundo relatório atualizado do Fundo Monetário Internacional (FMI). O país asiático se destaca como principal motor de expansão em meio à moderação de outras economias globais e às incertezas geradas por políticas protecionistas.
O bom desempenho se apoia em fatores como o forte consumo interno, investimentos sustentados em infraestrutura, digitalização e exportações de serviços tecnológicos. No entanto, o otimismo do FMI vem acompanhado de advertências sobre riscos externos: os novos pacotes tarifários anunciados pelos Estados Unidos sobre produtos indianos podem reduzir o crescimento do país em até 0,4 ponto percentual, segundo analistas do setor financeiro.
A medida americana — parte de uma ofensiva comercial que também atinge Brasil, China e México — foi recebida com preocupação por investidores locais, provocando queda nas bolsas indianas e aumento na volatilidade cambial. O Ministério das Finanças da Índia já sinalizou que buscará negociações diplomáticas com Washington para mitigar os efeitos das tarifas e evitar escalada comercial.
Apesar dos riscos, a Índia segue firme no programa “Make in India 2.0”, que pretende elevar a participação da indústria no PIB e reduzir a dependência de importações. A meta é ampliar o protagonismo internacional do país em cadeias estratégicas como semicondutores, IA e energia limpa.
“O crescimento da Índia é resiliente, mas não imune aos choques externos. A resposta política será crucial para manter o fôlego da recuperação”, afirmou Raghuram Rajan, ex-presidente do Banco Central indiano.
FONTE: reuters.com