O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (30) que não é possível realizar um ajuste fiscal sólido e sustentável sem a retomada do crescimento econômico. A afirmação foi feita durante evento com empresários do setor financeiro, em São Paulo, e reforça a posição do governo de equilibrar responsabilidade fiscal com políticas de estímulo à economia.
“Não existe ajuste fiscal duradouro em um país que não cresce. A austeridade cega, sem perspectiva de desenvolvimento, apenas retarda os problemas”, afirmou Haddad diante de representantes do mercado.
Segundo o ministro, o governo busca um modelo de ajuste “justo e inteligente”, que preserve os investimentos sociais e evite cortes drásticos em áreas como saúde e educação. Ele também criticou visões que priorizam exclusivamente o corte de gastos sem considerar os impactos sociais e macroeconômicos.
Durante sua fala, Haddad voltou a defender a reforma tributária como um pilar essencial para melhorar o ambiente de negócios, simplificar o sistema e ampliar a base de arrecadação, sem aumentar a carga tributária total. A proposta segue em discussão no Senado, após aprovação na Câmara dos Deputados.
Outro ponto abordado foi o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, especialmente do setor industrial. O ministro afirmou que o Brasil busca um diálogo diplomático com o governo norte-americano para evitar prejuízos maiores às exportações nacionais.
A fala de Haddad ocorre em um momento em que o governo enfrenta pressões por resultados fiscais mais concretos, após revisar a meta de déficit primário para 2025. O Ministério da Fazenda, no entanto, tem reafirmado o compromisso com o arcabouço fiscal aprovado neste ano e com medidas que estimulem a formalização, o crédito e o crescimento sustentável.
FONTE: reuters.com