Em meio à pressão para equilibrar as contas públicas e manter a credibilidade fiscal, o governo federal anunciou nesta segunda-feira (22) um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento de 2025. A medida foi detalhada em novo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, divulgado pelo Ministério da Economia, e é considerada essencial para o cumprimento da meta de resultado primário.
Segundo o documento, R$ 10,6 bilhões foram efetivamente contingenciados, enquanto R$ 20,7 bilhões já foram executados ou remanejados. O corte ocorre em um cenário de aumento expressivo de gastos obrigatórios, principalmente com a Previdência Social, que registrou elevação de R$ 16,7 bilhões acima do previsto inicialmente.
A equipe econômica argumenta que, mesmo com os ajustes, o governo segue comprometido com a entrega de um resultado primário próximo ao equilíbrio — uma das âncoras do novo arcabouço fiscal. “Estamos promovendo uma gestão fiscal responsável, preservando programas prioritários e ajustando as projeções à nova realidade econômica”, declarou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
Entre as áreas afetadas, estão investimentos discricionários em infraestrutura, cultura e ciência, além de ajustes em programas operacionais de diversos ministérios. O governo assegura que os principais programas sociais e educacionais serão preservados, como o Bolsa Família, o Pé-de-Meia e o Piso da Enfermagem.
O contingenciamento repercutiu de forma dividida entre especialistas. Analistas do mercado financeiro consideram a medida um sinal positivo de responsabilidade fiscal, embora alertem para o risco de impactos negativos sobre o crescimento econômico. Já parlamentares da base e oposição expressaram preocupações sobre possíveis prejuízos a obras e políticas públicas nos estados.
A divulgação do relatório marca um novo capítulo no desafio de compatibilizar as promessas de investimento com a necessidade de controle de gastos. O cenário também reacende o debate sobre a revisão de renúncias fiscais, que já ultrapassam R$ 800 bilhões anuais, e a busca por fontes adicionais de arrecadação.
FONTE: cbnbrasil.com