Diante da recente decisão dos Estados Unidos de elevar tarifas sobre produtos brasileiros em setores estratégicos, o governo federal iniciou uma mobilização diplomática e técnica para conter os impactos econômicos e proteger a competitividade da produção nacional.
O chamado “tarifaço”, anunciado pelo governo norte-americano sob o argumento de desequilíbrios comerciais e proteção da indústria doméstica, atinge principalmente exportações do agronegócio, da cadeia madeireira, de aço e de derivados químicos. O Ministério da Economia classificou a medida como “injustificada” e avalia que ela viola os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em resposta, o governo brasileiro estuda ações coordenadas que incluem:
O ministro Fernando Haddad afirmou que o país está agindo com “maturidade e responsabilidade”, e que “não haverá retaliações precipitadas”. Ele destacou que o objetivo é preservar empregos e manter o fluxo comercial com os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do Brasil.
As entidades empresariais têm pressionado por uma resposta firme. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) já encaminharam relatórios ao Itamaraty e ao Planalto com os impactos estimados e sugestões de contramedidas.
Enquanto isso, os efeitos já se refletem nos mercados: empresas exportadoras viram seus papéis sofrerem oscilação nas bolsas, e há temor de redução nos embarques a partir de agosto. O Paraná, um dos estados mais afetados pela medida — especialmente na cadeia madeireira — já sinalizou a intenção de negociar alternativas comerciais com outros países.
O Planalto avalia que, mesmo em meio à pressão, a situação representa uma oportunidade de modernizar acordos comerciais e reforçar o protagonismo brasileiro em fóruns internacionais.
FONTE: folha.uol.com