Diante do agravamento da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, o governo federal anunciou nesta semana um pacote emergencial de apoio financeiro para empresas brasileiras impactadas pelas novas tarifas impostas por Washington, que entram em vigor no próximo dia 1º de agosto.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as medidas incluem a criação de linhas especiais de crédito voltadas a setores exportadores diretamente atingidos pelo chamado “tarifaço” americano. A prioridade será para empresas de alta dependência do mercado norte-americano, como fabricantes de madeira processada, móveis, produtos agrícolas e indústria aeroespacial — incluindo a Embraer.
“Não trabalhamos com isenções tributárias, mas estamos garantindo liquidez e suporte operacional para preservar o nível de atividade e os empregos nessas cadeias produtivas”, afirmou Haddad, em coletiva nesta terça-feira.
A iniciativa foi elaborada em conjunto com o BNDES e o Banco do Brasil, que deverão operar linhas de crédito com juros subsidiados e carência estendida, a fim de manter a estabilidade financeira das empresas exportadoras durante o período de ajuste.
O pacote é uma resposta direta às tarifas de 50% anunciadas pelos EUA sobre uma série de produtos brasileiros, decisão que foi classificada como “unilateral e punitiva” pelo governo brasileiro. A equipe econômica também acionou organismos internacionais e mantém canais abertos com parceiros comerciais para buscar uma solução diplomática.
Além do impacto imediato nas exportações — estimado em até R$ 25 bilhões anuais — o governo teme efeitos colaterais no mercado de trabalho. Já há registros de suspensão de produção e férias coletivas em indústrias do Paraná e Santa Catarina, sobretudo no setor madeireiro.
Com isso, o pacote emergencial busca garantir competitividade, evitar demissões em massa e preservar o superávit da balança comercial brasileira, que segue como um dos pilares de estabilidade em meio às incertezas internacionais.
A expectativa é que as primeiras operações de crédito estejam disponíveis já na primeira quinzena de agosto, com prioridade para empresas registradas no programa Exporta Mais Brasil.
FONTE: reuters.com