
O governo federal anunciou uma mudança significativa nas regras do sistema de crédito imobiliário: a exigência de que 65% dos recursos da caderneta de poupança sejam destinados ao financiamento habitacional será gradualmente extinta até 2027. A medida, segundo o Ministério da Fazenda, visa dar maior liberdade aos bancos para alocar recursos conforme a dinâmica de mercado.
O cronograma prevê uma redução progressiva desse percentual: de 65% para 15% até o fim de 2026, com extinção completa da obrigatoriedade em janeiro de 2027.
“Estamos modernizando a estrutura de crédito brasileira. A mudança permite mais flexibilidade ao sistema bancário, respeitando o equilíbrio entre habitação e investimentos produtivos”, explicou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
A decisão gerou reações divididas entre especialistas. Defensores da medida apontam que a flexibilização pode estimular a concorrência bancária e viabilizar a criação de novas modalidades de financiamento. Já críticos alertam que a mudança pode encarecer o crédito imobiliário popular, especialmente o voltado a famílias de baixa e média renda.
A Caixa Econômica Federal e outras instituições com forte atuação no setor deverão manter programas voltados à habitação, especialmente no âmbito do Minha Casa, Minha Vida, que continuará a receber subsídios diretos do orçamento público.
O Banco Central informou que acompanhará o impacto da medida sobre o mercado e poderá adotar ações regulatórias adicionais caso identifique risco de desabastecimento de crédito habitacional.
FONTE: reuters.com