O número de falências decretadas no Brasil vem crescendo de forma consistente desde 2021 e pode alcançar um recorde histórico ao final de 2025, segundo levantamento da Serasa Experian. O aumento acumulado é de 25% nos últimos quatro anos, com destaque para os dados mais recentes: abril de 2025 registrou o dobro de falências em comparação ao mesmo mês de 2020.
Especialistas apontam que o cenário reflete a pressão prolongada de juros elevados, carga tributária complexa, instabilidade cambial e recuperação lenta do consumo interno. Pequenas e médias empresas são as mais afetadas, respondendo por mais de 80% dos processos de falência nos últimos meses.
O setor de comércio, particularmente o varejo, tem sido um dos mais atingidos, seguido por serviços e indústrias de transformação. “A fragilidade da estrutura de capital das empresas e a dificuldade de acesso a crédito em condições viáveis estão asfixiando os negócios”, avalia Márcia Silva, analista de crédito empresarial.
Segundo o levantamento, estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná concentram o maior número de falências, o que evidencia que nem mesmo as economias estaduais mais fortes estão imunes à crise de solvência.
Em resposta ao aumento das quebras empresariais, o governo federal avalia medidas emergenciais de alívio fiscal e renegociação de dívidas com micro e pequenos empreendedores. No entanto, entidades do setor produtivo cobram ações mais estruturais, como reformas tributária e administrativa e incentivos à inovação.
A tendência de alta nas falências serve como termômetro da fragilidade de parte significativa do setor produtivo nacional, num momento em que o Brasil busca reaquecer a economia e atrair investimentos sustentáveis.
FONTE: revistaoeste.com