O setor madeireiro do Paraná, responsável por cerca de 40% das exportações estaduais aos Estados Unidos, enfrenta uma crise iminente diante da possível imposição de tarifas de 50% por parte do governo norte-americano. A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, foi anunciada como parte de uma retaliação econômica a políticas comerciais brasileiras e já afeta diretamente as indústrias locais.
Com exportações que somaram US$ 615 milhões em 2024, o segmento paranaense de tábuas, molduras e compensados é o mais exposto à nova taxação. Empresários relatam que encomendas foram suspensas e que contratos estão sendo renegociados sob incerteza. Em cidades do Norte e Sudoeste do estado, fábricas iniciaram férias coletivas e adotaram planos de contingência.
O setor emprega diretamente mais de 38 mil trabalhadores e movimenta uma cadeia produtiva que vai do corte florestal à manufatura e logística portuária. O Porto de Paranaguá, principal canal de escoamento, pode ter uma redução significativa no volume de exportações caso as tarifas se concretizem.
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) emitiu nota classificando a medida como “um golpe desproporcional contra a indústria nacional” e pede urgência nas ações diplomáticas por parte do governo federal. A entidade estima que os prejuízos diretos ao estado possam ultrapassar R$ 1 bilhão nos primeiros três meses de vigência da medida, com reflexos negativos em empregos e arrecadação.
O governo do estado monitora a situação e articula, junto ao Itamaraty e à Confederação Nacional da Indústria, alternativas para diversificar mercados e proteger a cadeia produtiva. Uma missão comercial à Europa está sendo planejada para agosto, com foco em ampliar parcerias no setor de base florestal.
FONTE: cbnbrasil.com