As exportações brasileiras de carne bovina para a China cresceram 38,3% no mês de setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, consolidando a relação comercial entre os dois países e fortalecendo o Brasil como um dos principais fornecedores globais do produto.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o volume embarcado ultrapassou 187 mil toneladas, puxado pela alta demanda chinesa e pela redução das compras da China junto aos Estados Unidos — impactados por tarifas comerciais mais severas e questões sanitárias.
O Paraná, embora historicamente mais conhecido pela produção de aves e suínos, tem ampliado sua participação no mercado de carne bovina, especialmente por meio de cooperativas e frigoríficos do Norte e Noroeste do estado, que investem em rastreabilidade, bem-estar animal e certificações internacionais para atender exigências do mercado asiático.
O presidente da Abiec, Antônio Camardelli, destacou que o resultado reforça o papel do Brasil como “fornecedor confiável, competitivo e com capacidade de escalar rapidamente a produção diante das oscilações do mercado internacional”.
A valorização do dólar e a manutenção da demanda interna relativamente estável também contribuíram para o aumento da competitividade da carne brasileira no exterior. Em receita, o setor gerou US$ 1,3 bilhão apenas em setembro, elevando o saldo da balança comercial do agronegócio.
No entanto, o avanço das exportações levanta alertas entre analistas sobre os efeitos no mercado doméstico, como pressão sobre os preços ao consumidor e a necessidade de manter estoques reguladores. Entidades do setor defendem maior investimento em políticas de abastecimento interno e controle sanitário, especialmente diante dos surtos recentes de gripe aftosa em outros países da América do Sul.
FONTE: reuters.com