Em meio às tensões comerciais globais, o Brasil ampliou significativamente suas exportações de carne bovina para a China no mês de setembro. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, os embarques totalizaram 187.340 toneladas, um aumento de 38,3% em relação ao mesmo período de 2024.
O crescimento expressivo ocorre no contexto de tarifas mais altas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses, o que fez Pequim buscar novos fornecedores no mercado global. O Brasil, com sua produção de alta escala e preços competitivos, rapidamente se reposicionou como principal parceiro estratégico da China no setor.
“Estamos diante de uma janela comercial importante. A China precisa garantir seu abastecimento e o Brasil, com seu rebanho robusto e capacidade de exportação, está suprindo essa lacuna com eficiência”, avalia Fernando Sampaio, diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC).
Enquanto as exportações para a China dispararam, os embarques de carne brasileira para os Estados Unidos caíram 41% no mesmo período, segundo a mesma fonte. O recuo é atribuído à política protecionista americana sob a atual administração, que tem revisto acordos comerciais com países da América Latina.
A tendência reforça a importância do mercado asiático para o agronegócio brasileiro, sobretudo em um cenário de demanda interna mais moderada e custos de produção ainda pressionados. Estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná são diretamente beneficiados pelo aquecimento das exportações, com impacto positivo na geração de renda, arrecadação e emprego no campo.
FONTE: aljazeera.com