O dólar norte-americano registrou nova sequência de desvalorização frente às principais moedas globais, pressionado pelas crescentes expectativas de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, comece a cortar os juros ainda no primeiro semestre de 2026. A possibilidade de uma política monetária mais branda reacendeu o apetite por ativos de maior risco e valorizou moedas emergentes, como o real brasileiro.
De acordo com pesquisa recente da agência Reuters com economistas e estrategistas cambiais, a maior parte do mercado acredita que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos chegou ao fim e que os sinais de desaceleração no mercado de trabalho norte-americano devem antecipar a reversão da política de juros elevados. O Fed atualmente mantém sua taxa básica na faixa entre 5,25% e 5,50%, patamar considerado restritivo para a atividade econômica.
A mudança de percepção ganhou força após a divulgação de indicadores mais fracos do que o esperado sobre emprego e consumo, além da instabilidade gerada pela paralisação parcial do governo norte-americano (shutdown), que afeta a divulgação de dados oficiais e a confiança dos investidores.
A desvalorização do dólar tem repercussões globais. Em mercados emergentes, o movimento tende a aliviar pressões inflacionárias causadas por importações mais caras, além de facilitar a entrada de capital estrangeiro em busca de rendimentos maiores. No Brasil, a moeda norte-americana fechou o último pregão cotada a R$ 4,72, acumulando queda de cerca de 2,5% em setembro.
Contudo, analistas alertam que a trajetória do câmbio segue sujeita à volatilidade, especialmente diante de incertezas fiscais nos EUA, disputas comerciais internacionais e da postura do próprio Fed, que ainda evita sinalizações claras sobre o início de um ciclo de cortes.
FONTE: reuters.com