Em uma medida que pode redesenhar o cenário do comércio global, o governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (28) a implementação de uma “tarifa mundial” que varia de 15% a 20% sobre produtos importados de países que não possuem acordos comerciais diretos com o país. A decisão, defendida pessoalmente pelo presidente Donald Trump, visa “proteger empregos americanos e recuperar a indústria nacional”, mas já provoca reações negativas em diversas capitais ao redor do mundo.
O anúncio ocorre em meio a um contexto de crescente protecionismo global e representa um novo capítulo na guerra comercial que marcou parte significativa do atual mandato republicano. Países como China, Brasil, Índia e México estão entre os mais atingidos pela medida, que deve entrar em vigor em 1º de agosto, segundo o Departamento de Comércio dos EUA.
“Estamos impondo tarifas justas para aqueles que se aproveitam do mercado americano sem reciprocidade. É uma nova era para a economia dos Estados Unidos”, afirmou Trump durante pronunciamento na Casa Branca.
A medida, no entanto, acende alertas sobre os riscos de desaceleração econômica global, uma vez que pode enfraquecer cadeias produtivas e reduzir investimentos em países exportadores. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) demonstraram preocupação com os efeitos colaterais da decisão, alertando para impactos em mercados emergentes e aumentos nos preços globais.
Especialistas estimam que o novo tarifário pode reduzir o crescimento do comércio mundial em até 1,2% ao ano, caso seja mantido por um período prolongado. Em resposta, países afetados estudam contramedidas comerciais, enquanto reforçam acordos bilaterais alternativos.
“Essa tarifa global é um ato de coerção econômica que compromete décadas de integração comercial”, afirmou a economista internacional Clara Benassi, da Universidade de Oxford. “O risco não é apenas econômico, mas geopolítico.”
FONTE: reuters.com