EUA e China retomam negociações e buscam estender trégua tarifária em meio a tensão global

Delegações dos Estados Unidos e da China se reuniram nesta segunda-feira (28) em Estocolmo, na Suécia, para reiniciar as negociações comerciais bilaterais e discutir a extensão da trégua tarifária entre as duas maiores economias do mundo. O encontro ocorre em um momento delicado da geopolítica internacional, marcado por tensões comerciais, desaceleração econômica global e disputas por influência tecnológica.

A trégua em vigor expira no próximo mês, e a expectativa é de que as partes concordem com um prazo adicional de 90 dias para evitar a retomada de tarifas bilionárias. A medida é vista como passo essencial para viabilizar uma possível cúpula entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, ainda sem data oficial confirmada.

Fontes ligadas à diplomacia comercial norte-americana afirmam que as conversas desta semana buscam definir bases técnicas para redução mútua de tarifas existentes, além de abordar temas críticos como controle de exportações de semicondutores, inteligência artificial e insumos químicos utilizados na produção de fentanil — droga sintética que se tornou crise de saúde pública nos EUA.

Em nota, o Departamento de Comércio dos EUA disse que a retomada do diálogo é “um avanço necessário para estabilizar as relações econômicas bilaterais e conter os impactos globais das disputas comerciais”.

Analistas internacionais apontam que o êxito dessas negociações terá impacto direto nos mercados financeiros, nos preços de commodities e na cadeia de suprimentos global. “É uma agenda de alto risco. A economia global já sente os efeitos da fragmentação comercial, e um fracasso nas conversas seria um gatilho para turbulência nos mercados”, avaliou a economista-chefe do Eurasia Group, Li Zhang.

Por outro lado, especialistas alertam que, mesmo com avanços, a rivalidade estratégica entre EUA e China continua acirrada, especialmente nos campos de defesa tecnológica e segurança digital.

As reuniões em Estocolmo devem continuar até quarta-feira (30), e novos anúncios são esperados sobre a continuidade da trégua e eventuais compromissos econômicos bilaterais. O mundo financeiro observa de perto, com a esperança de que o pragmatismo econômico supere os antagonismos políticos.

FONTE: reuters.com