Após mais de uma década sem debates oficiais, a economia solidária voltou ao centro das discussões políticas no Brasil. A 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes), aberta nesta semana em Brasília, reuniu representantes do governo, movimentos sociais, cooperativas e associações para discutir estratégias de fortalecimento desse modelo alternativo de desenvolvimento.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da abertura e defendeu a economia solidária como caminho para reduzir desigualdades e promover inclusão produtiva. Em discurso, ele destacou que a proposta não se limita a gerar renda, mas também a fomentar um modelo baseado em cooperação, sustentabilidade e protagonismo comunitário. “O Brasil precisa reconhecer que é possível crescer de forma justa, valorizando quem produz coletivamente”, afirmou Lula.
A conferência tem como meta contribuir para a formulação do 2º Plano Nacional de Economia Solidária, que deve orientar políticas públicas nos próximos anos. Entre os temas em debate estão financiamento, acesso a mercados, capacitação de trabalhadores, inovação tecnológica e sustentabilidade ambiental.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, atualmente existem milhares de empreendimentos solidários em funcionamento no país, desde cooperativas de catadores de recicláveis até redes de agricultura familiar e de artesanato. Essas iniciativas movimentam economias locais e oferecem alternativas de trabalho a populações historicamente excluídas.
Especialistas avaliam que a retomada do tema representa um avanço político e social. Para eles, a economia solidária pode atuar como complemento ao sistema tradicional, criando redes de produção mais humanas e resilientes, especialmente em tempos de crise.
Com a Conaes, o governo busca recolocar o tema na agenda nacional e dar visibilidade a experiências que comprovam que crescimento econômico e justiça social podem caminhar juntos.
FONTE: agencia.gov.br