
O mercado financeiro mantém expectativas de crescimento moderado para a economia brasileira em 2025, mesmo diante de sinais de desaceleração no ritmo de expansão. Segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) permanece em 2,1%, reflexo de um cenário marcado por juros elevados, inflação persistente e consumo contido.
A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve leve recuo na estimativa, passando de 4,45% para 4,43%, mas ainda permanece acima do centro da meta de 3% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional.
“O país vive um momento de transição: a política monetária ainda é restritiva, mas há fundamentos que sustentam um crescimento gradual, com destaque para o agronegócio, energia e exportações”, avalia o economista Eduardo Ribeiro, da Tendências Consultoria.
O cenário externo também tem influenciado as projeções. As incertezas nas cadeias globais de comércio, os juros altos nas maiores economias e a valorização do dólar colocam pressão sobre as contas externas brasileiras. Ainda assim, o fluxo robusto de investimento estrangeiro direto (IDE), que ultrapassou US$ 74 bilhões até outubro, tem ajudado a equilibrar as finanças e sustentar a confiança no país.
A taxa Selic, mantida em 15% pelo Banco Central, deve começar a cair apenas no segundo trimestre de 2026, segundo previsões do mercado. Enquanto isso, o consumo das famílias e os investimentos internos permanecem em ritmo lento, exigindo políticas públicas que estimulem a produtividade e a formalização do emprego.
FONTE: agenciabrasil.ebc.com