Em meio a um cenário de instabilidade econômica global e incertezas domésticas, o Brasil enfrenta pressões crescentes sobre sua economia, impulsionadas pelo déficit fiscal elevado e a manutenção da taxa Selic em níveis historicamente altos.
A situação fiscal permanece no centro das preocupações. Com gastos públicos acima da arrecadação e dificuldade em avançar em reformas estruturantes, o governo federal acumula déficits consecutivos, desafiando o novo arcabouço fiscal e alimentando desconfiança no mercado financeiro. Segundo dados do Tesouro Nacional, o déficit primário pode ultrapassar R$ 130 bilhões em 2025, a depender do comportamento da receita nos próximos meses.
Para conter a inflação — atualmente projetada em 5,17% para o ano — o Banco Central mantém a Selic em 13,75% ao ano, patamar que encarece o crédito, desestimula o consumo e restringe investimentos produtivos. Economistas apontam que, embora os juros estejam ajudando a controlar os preços, os efeitos colaterais são cada vez mais visíveis: atividade econômica retraída, desaceleração no varejo e baixa confiança do setor industrial.
Além dos fatores internos, o Brasil enfrenta desafios externos. A nova política comercial dos Estados Unidos, que prevê tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, como café, alumínio e suco de laranja, pode reduzir a competitividade nacional e pressionar ainda mais a balança comercial — que já apresentou queda de 22,9% no superávit em julho.
Em nota, o Ministério da Fazenda reafirmou seu compromisso com o equilíbrio fiscal e sinalizou que eventuais ajustes podem ser feitos no segundo semestre, caso a arrecadação federal continue abaixo do esperado.
FONTE: theriotimes.com