
O ritmo de crescimento da economia brasileira apresentou uma leve desaceleração no terceiro trimestre de 2025, segundo estimativas divulgadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,1% em relação ao trimestre anterior, consolidando um avanço de 2,5% nos últimos 12 meses.
Embora o desempenho represente uma desaceleração frente aos trimestres anteriores, economistas consideram o resultado positivo diante de um cenário global de incertezas e dos efeitos internos de juros elevados, câmbio volátil e moderação no consumo das famílias.
“O dado confirma uma trajetória de resiliência da economia brasileira, mas com sinais de perda de fôlego. A política monetária apertada continua sendo o principal freio da atividade”, avalia Juliana Miranda, economista da FGV.
O crescimento no trimestre foi puxado por setores específicos, como serviços financeiros, comércio e parte da indústria de transformação, enquanto áreas como construção civil e agricultura apresentaram recuo. O consumo das famílias cresceu de forma tímida, refletindo os impactos do crédito caro e da inflação acumulada.
Com a taxa Selic mantida em 15% ao ano, o custo do crédito permanece alto, dificultando investimentos e consumo. O Banco Central já sinalizou a possibilidade de corte nos juros a partir do primeiro semestre de 2026, caso a inflação siga controlada.
Especialistas alertam que, para manter o crescimento sustentável, o Brasil precisará avançar em reformas estruturais, atrair investimentos produtivos e melhorar o ambiente de negócios. “Estamos diante de uma economia que não recua, mas também não decola. O desafio é encontrar os motores para um novo ciclo de expansão”, resume a analista financeira Carla Dutra, da consultoria AtlasMacro.
FONTE: agenciabrasil.ebc.com