Em contraste com o cenário de juros elevados, o mercado de crédito brasileiro segue em forte expansão, segundo análise publicada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O relatório destaca que, mesmo com a Selic mantida em 15% ao ano — maior patamar desde 2006 — o crédito bancário cresceu 11,5% em 2024, enquanto as emissões de títulos corporativos subiram 30% no mesmo período.
O fenômeno surpreende parte dos economistas, já que tradicionalmente juros altos reduzem a demanda por crédito, especialmente para consumo e investimento produtivo. No entanto, o FMI aponta que outros fatores estão amortecendo os efeitos da política monetária restritiva.
Entre os principais impulsionadores estão:
“O mercado de crédito no Brasil está mostrando uma resiliência incomum frente à política monetária, o que indica uma nova dinâmica de comportamento financeiro no país”, avalia o relatório técnico do FMI.
Ainda assim, a instituição alerta para a necessidade de monitoramento. O crescimento acelerado do crédito, se não acompanhado por mecanismos de proteção ao consumidor e gestão de riscos, pode aumentar o endividamento das famílias e gerar bolhas de inadimplência.
A avaliação do FMI ecoa preocupações internas: o Banco Central brasileiro já demonstrou cautela em novos cortes na Selic, justamente para evitar um superaquecimento artificial do consumo via crédito.
FONTE: imf.org