Confiança empresarial recua pelo terceiro mês seguido e acende alerta sobre desaceleração econômica

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) registrou nova queda em agosto, marcando o terceiro mês consecutivo de retração e refletindo o clima de cautela crescente entre os empresários brasileiros. O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (1º) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta um recuo de 2,4 pontos em relação a julho, consolidando o indicador em 93,6 pontos, abaixo da linha dos 100 que separa confiança da desconfiança.

Segundo a FGV, a redução foi disseminada entre os setores, mas foi mais acentuada na indústria e nos serviços, influenciada por fatores como incertezas fiscais, ritmo lento da atividade econômica e dificuldades no consumo doméstico. A construção civil também apresentou leve recuo, enquanto o comércio teve desempenho estável.

Analistas interpretam os números como um sinal de perda de tração da recuperação econômica, diante de um cenário que combina juros ainda elevados, aperto fiscal projetado e instabilidade nas expectativas sobre o futuro político e tributário do país.

O ICE consolida a percepção de mais de 4 mil empresas de diferentes portes e segmentos, sendo considerado um termômetro antecipado sobre os rumos da economia. Segundo o economista Rodolpho Tobler, da FGV IBRE, o índice “reflete o esgotamento do impulso inicial de crescimento observado no primeiro trimestre e a crescente preocupação com a sustentabilidade fiscal no médio prazo”.

A expectativa do setor produtivo agora se volta para os próximos passos do governo federal na tramitação da Lei Orçamentária de 2026, bem como os efeitos das medidas previstas no novo marco fiscal.

FONTE: economia.uol