Commodities Mantêm Estabilidade, Mas Tarifas dos EUA Elevam Riscos no Setor de Energia e Insumos Globais

Economia16 hours ago

Após uma semana de intensa volatilidade nos mercados, os preços das commodities globais abriram esta sexta-feira em relativa estabilidade, mas sob o peso crescente de incertezas geopolíticas e comerciais. A entrada em vigor das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos a dezenas de países, incluindo grandes exportadores de petróleo, minério e alimentos, reacende o alerta para um possível efeito dominó nas cadeias de suprimentos globais.

O barril do petróleo tipo Brent operava na manhã desta sexta em torno de US$ 84,70, praticamente estável em relação ao fechamento anterior, mas com viés de alta acumulada na semana — cerca de 4,6%. A relativa firmeza no preço se deve, em parte, à expectativa de aumento da demanda no verão do hemisfério norte, mas também à cautela dos mercados diante de possíveis disrupturas logísticas e retaliações comerciais em regiões produtoras.

Especialistas alertam que o impacto das tarifas pode afetar diretamente a logística de combustíveis refinados, fertilizantes, metais básicos e alimentos industrializados, com consequências tanto para exportadores quanto para países importadores. “O custo para movimentar commodities pode subir significativamente, e isso vai pressionar margens, especialmente nos mercados emergentes”, analisa Leandro Duarte, economista da consultoria global EnergyData.

No mercado de soja e milho, os preços futuros operaram com ligeiras altas na Bolsa de Chicago, refletindo o receio de barreiras comerciais entre os EUA e seus principais parceiros — inclusive o Brasil, que também enfrenta tarifas americanas em setores agroindustriais. Exportadores apontam que qualquer aumento no custo de transações ou quebra de contratos bilaterais pode elevar os preços em toda a cadeia global de alimentos.

Entre os metais, o cobre e o níquel apresentaram leve queda nesta sexta-feira, após semanas de valorização. As incertezas quanto ao desempenho da indústria asiática, especialmente na China, somam-se às expectativas negativas causadas pelo novo cenário tarifário, o que pode reduzir a demanda por insumos utilizados em construção civil e tecnologia.

Analistas da Bloomberg Intelligence reforçam que, embora o mercado esteja reagindo com moderação neste primeiro momento, os riscos se acumulam no horizonte. “Estamos diante de um cenário em que questões comerciais interferem diretamente na previsibilidade de fornecimento. Isso pode desestabilizar desde contratos de gás natural até acordos de exportação de commodities agrícolas.”

O Fórum Internacional de Energia (IEF) já convocou uma reunião emergencial com países membros para avaliar os impactos das tarifas sobre os fluxos energéticos globais e propor medidas para mitigar uma escalada nos preços e nas tensões diplomáticas.

FONTE: reuters.com

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