A China intensificou sua presença econômica no Brasil em 2025, consolidando-se como um dos principais parceiros comerciais do país em meio às barreiras impostas pelos Estados Unidos. Somente no primeiro semestre, os investimentos diretos chineses somaram US$ 2,2 bilhões, um crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
O movimento coincide com a decisão de Washington de aplicar tarifas de até 50% sobre uma série de produtos brasileiros, entre eles aço, alumínio e itens agrícolas processados. A medida norte-americana levou o Brasil a acelerar sua aproximação com a China e os demais países do bloco BRICS, buscando alternativas para reduzir os impactos sobre a balança comercial.
Segundo analistas de mercado, os aportes chineses se concentram em setores estratégicos, como indústria automotiva, infraestrutura portuária, mineração e transporte ferroviário. Esses investimentos reforçam o papel do Brasil como fornecedor de commodities e, ao mesmo tempo, ampliam a presença de empresas chinesas em cadeias de valor ligadas à tecnologia e à mobilidade.
Autoridades brasileiras veem no avanço da parceria uma oportunidade para compensar as perdas com o mercado norte-americano, mas especialistas alertam para a necessidade de equilíbrio diplomático. “A dependência excessiva de um único parceiro pode criar vulnerabilidades no médio prazo. O desafio é diversificar sem romper com os Estados Unidos”, afirmou a economista internacional Luciana Ribeiro, da FGV.
Com o cenário de tensões comerciais globais, a expectativa é que o Brasil continue a ser palco de disputas entre as duas maiores economias do mundo, aproveitando o interesse chinês, mas também buscando manter canais de diálogo com Washington.
FONTE: elpais.com