Café registra primeira queda de preços ao consumidor em 18 meses, aponta IBGE

EconomiaYesterday

O preço do café ao consumidor brasileiro apresentou retração de 1,01% em julho, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda encerra uma sequência de 18 meses de altas consecutivas, período em que o produto se consolidou como um dos vilões da inflação na alimentação das famílias.

Segundo analistas de mercado, a principal razão para o recuo foi o encerramento da safra 2025, que elevou a oferta interna e ajudou a reduzir a pressão sobre os preços. Com mais produto disponível no mercado doméstico, as redes varejistas conseguiram repassar parte dessa redução aos consumidores. No entanto, especialistas alertam que essa movimentação ainda é pontual e que o cenário permanece sujeito a oscilações.

Outro fator observado é que as recentes tensões comerciais com os Estados Unidos — que aplicaram tarifas de até 50% sobre alguns produtos brasileiros, incluindo o café — ainda não impactaram diretamente os preços pagos pelo consumidor no Brasil. No entanto, produtores e exportadores afirmam que a situação pode influenciar o mercado nos próximos meses, caso o escoamento da produção para o exterior seja reduzido e os estoques internos aumentem de forma abrupta.

O café, tradicional item da dieta nacional e um dos produtos mais consumidos no país, é também uma commodity com forte dependência de fatores externos, como condições climáticas, variação cambial e demanda internacional. Qualquer alteração nesses elementos pode provocar mudanças rápidas de preço. “Apesar da boa notícia para o consumidor, é cedo para falar em tendência de queda sustentada. O mercado ainda é extremamente sensível a fatores que escapam ao controle interno”, explicou um consultor do setor agrícola.

Produtores, por sua vez, seguem atentos ao comportamento dos compradores internacionais, em especial dos Estados Unidos, principal destino das exportações brasileiras. De acordo com entidades representativas do setor, parte dos importadores norte-americanos já solicitou o adiamento de embarques, citando as tarifas como fator determinante. Caso esse movimento se intensifique, o impacto poderá ser sentido em toda a cadeia produtiva, desde o campo até o varejo.

Para os consumidores, a redução de julho significa um alívio pontual no orçamento, especialmente em um momento em que a inflação geral desacelera, mas itens alimentícios ainda pesam no bolso das famílias. Já para o setor produtivo, o momento é de cautela: embora a colheita robusta tenha favorecido a queda nos preços internos, o cenário internacional instável exige planejamento para manter a rentabilidade e evitar perdas no médio prazo.

FONTE: reuters.com

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