Brasil sob pressão: tarifa de 50% dos EUA ameaça exportações e reacende tensão comercial

O governo brasileiro enfrenta uma nova turbulência no cenário externo com o anúncio dos Estados Unidos de que poderá impor tarifas de até 50% sobre uma série de produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. A medida, que afeta diretamente as relações comerciais bilaterais, reacende preocupações sobre o futuro das exportações nacionais, sobretudo de setores como aço, alumínio, alimentos processados e insumos industriais.

A decisão norte-americana, classificada por autoridades brasileiras como “unilateral e desproporcional”, já provocou reações imediatas em Brasília. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a criação de um plano de contingência emergencial, com foco na manutenção de empregos e na compensação de perdas cambiais. O pacote deve incluir incentivos fiscais, desoneração de exportações e apoio direto ao setor produtivo.

Especialistas alertam que o impacto pode ser significativo, uma vez que os Estados Unidos figuram entre os principais destinos das exportações brasileiras. Em 2024, o comércio bilateral superou US$ 85 bilhões. “Uma tarifa dessa magnitude rompe com o princípio da reciprocidade e pode gerar um efeito cascata sobre toda a cadeia de exportações brasileiras”, explica o economista internacional Renato Andrade, da FGV.

Além dos reflexos econômicos imediatos, o episódio é visto como um teste político para o governo Lula, que tem buscado reposicionar o Brasil como ator central em negociações multilaterais. O Itamaraty já iniciou tratativas diplomáticas para tentar reverter ou ao menos adiar a medida.

O clima de incerteza se reflete também no mercado financeiro: o dólar voltou a subir e a Bolsa recuou, em resposta à tensão comercial. Analistas projetam que o crescimento do PIB em 2025 poderá sofrer uma desaceleração se o impasse não for resolvido nas próximas semanas.

FONTE: economia.uol.com