Brasil reforça abertura a investimentos estrangeiros em meio a tensões comerciais com os EUA

Durante a inauguração da nova fábrica da montadora chinesa GWM em São Paulo, nesta sexta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a disposição do Brasil em atrair investimentos internacionais, mesmo diante do clima de incerteza provocado pela recente taxação imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.

O empreendimento chinês, que terá capacidade para produzir até 50 mil veículos por ano e deve gerar mais de 2 mil empregos diretos, foi destacado por Lula como um símbolo da confiança de grandes grupos internacionais no mercado brasileiro. “O Brasil está aberto para o mundo, aberto para aqueles que queiram produzir, gerar empregos e fortalecer a nossa indústria”, declarou o presidente.

As falas ocorrem em um contexto de forte tensão comercial. O governo norte-americano elevou para 50% as tarifas sobre importações brasileiras, decisão que atingiu setores estratégicos da economia nacional. Lula classificou a medida como uma “turbulência desnecessária” e afirmou que levará a questão ao próximo encontro do BRICS, buscando apoio de parceiros como China, Índia e África do Sul.

A inauguração da fábrica da GWM também foi interpretada como um contraponto político ao cenário internacional. Analistas avaliam que o Brasil procura reforçar sua independência nas relações comerciais, equilibrando o peso de potências como Estados Unidos e China. Para o Palácio do Planalto, investimentos desse porte podem ajudar a reduzir a vulnerabilidade do país diante de choques externos e a manter o crescimento do setor industrial.

Com a disputa tarifária ainda em aberto, o gesto de Lula sinaliza que o governo pretende intensificar a busca por novas parcerias e diversificação de mercados, numa estratégia que mescla pragmatismo econômico e posicionamento político no cenário global.

FONTE: infomoney.com.br