Em uma iniciativa inédita voltada à promoção da economia verde, o governo federal anunciou nesta semana um leilão público voltado exclusivamente a projetos sustentáveis, com a oferta de proteção cambial (hedge) para atrair investidores estrangeiros. O anúncio foi feito durante o Fórum de Finanças Climáticas, realizado em São Paulo, e marca um novo modelo de incentivo à transição ecológica no país.
O leilão será coordenado pelo Ministério da Fazenda, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Tesouro Nacional. O foco está em projetos de energia limpa, infraestrutura ambiental, saneamento, reflorestamento, agricultura regenerativa e tecnologias verdes. O diferencial é o mecanismo de hedge cambial, que protege os investidores contra flutuações do dólar — um dos principais riscos apontados por fundos internacionais que operam em mercados emergentes.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o mecanismo “dá previsibilidade e segurança para que o capital estrangeiro invista no Brasil de forma sustentável, sem carregar o ônus cambial”. Ele também destacou que o modelo foi desenvolvido com base em experiências internacionais e adaptado à realidade fiscal do país.
A primeira rodada de leilões está prevista para ocorrer ainda em dezembro de 2025, com valor estimado em R$ 10 bilhões em projetos aprovados. Os empreendimentos interessados passarão por avaliação técnica e socioambiental antes de serem habilitados.
Representantes de fundos soberanos, bancos multilaterais e agências de financiamento climático elogiaram a iniciativa brasileira, que combina inovação financeira com foco ambiental. “É um movimento estratégico que posiciona o Brasil como protagonista no financiamento climático global”, afirmou Mariana Vasconcelos, diretora do Climate Investment Fund.
Economistas e ambientalistas, no entanto, alertam para a necessidade de transparência nos critérios de seleção e acompanhamento dos projetos, além de cuidado com os impactos sociais e territoriais, especialmente em áreas indígenas e de conservação.
FONTE: reuters.com