O governo brasileiro reagiu com firmeza ao anúncio feito nesta semana pela administração do ex-presidente Donald Trump, que impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto. Em resposta, o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, declarou que o Brasil exige uma negociação urgente com autoridades americanas para evitar danos bilaterais e prejuízos à economia nacional.
As novas tarifas, justificadas pelos EUA como forma de proteção à indústria local, afetam principalmente os setores metalúrgico, químico e agroindustrial, atingindo commodities como alumínio, celulose, etanol e carnes processadas. O Itamaraty já iniciou tratativas diplomáticas com Washington e acionou o Comitê de Comércio do Mercosul, além de sinalizar possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
“A medida é injustificada e prejudica cadeias produtivas interdependentes. Esperamos que o bom senso prevaleça para restabelecer o diálogo e preservar nossos laços econômicos”, afirmou Alckmin durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se manifestou, alertando que a taxação pode causar uma redução de até 0,16% no PIB brasileiro, com impacto direto na balança comercial, nas exportações e no setor produtivo. A entidade classificou a ação americana como “um cenário de perde-perde”.
O episódio ocorre em um momento de forte tensão no comércio internacional, com os Estados Unidos reforçando medidas protecionistas em meio à corrida presidencial. Analistas temem que a escalada tarifária represente um retrocesso nas relações diplomáticas com parceiros estratégicos da América Latina.
FONTE: estadao.com.br