Representantes do setor bancário manifestaram nesta segunda-feira (16) forte oposição às propostas em debate no governo federal que sugerem novos aumentos de impostos, especialmente sobre operações financeiras, apostas online e instituições de crédito. Durante evento em São Paulo, executivos das principais instituições financeiras defenderam que a prioridade do governo deveria ser rever gastos públicos e melhorar a eficiência do Estado, em vez de ampliar a carga tributária.
Entre os tributos em discussão estão a tributação de dividendos, a ampliação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e novos encargos sobre o setor de apostas eletrônicas. As propostas fazem parte do esforço do Ministério da Fazenda para aumentar a arrecadação e garantir o cumprimento da meta fiscal de 2025.
Para os bancos, tais medidas podem impactar negativamente o crescimento da economia. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, alertou que o aumento de impostos “não pode ser a primeira resposta” e que “o Brasil precisa fazer uma verdadeira reforma do gasto público”.
A crítica também se estende à incerteza regulatória. Dirigentes afirmam que mudanças frequentes nas regras e nas alíquotas afetam o ambiente de negócios e podem afastar investimentos estrangeiros, especialmente em áreas estratégicas como fintechs e crédito rural.
Em resposta, o Ministério da Fazenda reforçou que a reforma tributária está em fase de regulamentação e que o objetivo do governo é promover equidade fiscal, garantindo que os setores mais lucrativos contribuam de forma justa para o equilíbrio das contas públicas. Integrantes da equipe econômica argumentam que o sistema atual ainda favorece a concentração de renda e isenta grupos com grande capacidade contributiva.
O embate entre o setor financeiro e o governo revela o desafio de encontrar equilíbrio entre a responsabilidade fiscal e a manutenção de um ambiente de negócios atrativo. Especialistas defendem que o Brasil avance não apenas na arrecadação, mas também na qualidade do gasto público e na modernização do sistema tributário.
FONTE: rertus.com