Banco Central vê sinais de resiliência econômica no Brasil, apesar de cenário desafiador

Em meio a um ambiente global marcado por incertezas econômicas e desaceleração, o Banco Central do Brasil (BCB) afirmou nesta segunda-feira (30) que a economia brasileira mantém sinais de resiliência. A avaliação foi feita pelo presidente da instituição, Gabriel Galipolo, durante participação em evento promovido pelo Itaú BBA, em São Paulo.

Segundo Galipolo, o desempenho do mercado de trabalho e a demanda interna são fatores que têm sustentado o crescimento, mesmo diante de um ciclo prolongado de juros altos, atualmente em 15%, com o objetivo de conter pressões inflacionárias.

“A economia brasileira continua mostrando capacidade de resistência, sobretudo com base em uma demanda interna robusta, apesar das condições de crédito mais apertadas e do ambiente externo desafiador”, destacou Galipolo.

O presidente do BCB também reconheceu que manter a taxa Selic em patamares elevados por muito tempo representa um desafio adicional, principalmente para a retomada do consumo e do investimento privado. Ainda assim, reforçou que a política monetária continuará sendo guiada por metas de inflação, observando a evolução dos indicadores macroeconômicos e a estabilidade financeira.

A fala do dirigente ocorre em um momento de debate sobre o equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo à retomada da economia, sobretudo com a desaceleração dos índices de crédito divulgados nos últimos meses e a pressão de setores produtivos por uma flexibilização gradual dos juros.

Economistas avaliam que, embora haja sinais positivos, o crescimento ainda é moderado e exige atenção redobrada quanto à sustentabilidade fiscal e à confiança dos agentes econômicos.

FONTE: reuters.com