Banco Central mantém tom cauteloso e alerta para riscos inflacionários no Brasil

O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, afirmou nesta semana que, apesar dos avanços no controle da inflação, o cenário econômico ainda exige vigilância constante e cautela nas decisões de política monetária. A declaração foi feita durante participação em evento econômico na capital federal.

Segundo Galípolo, embora os indicadores recentes apontem para uma trajetória de desaceleração inflacionária, fatores de risco permanecem no horizonte, entre eles a volatilidade dos preços internacionais de alimentos, combustíveis e a incerteza fiscal. O Banco Central mantém a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano, patamar considerado elevado, como forma de conter pressões inflacionárias persistentes.

“É fundamental observarmos como a política fiscal se comportará no fechamento do ano e no Orçamento de 2026. A ancoragem das expectativas depende de equilíbrio entre os pilares fiscal e monetário”, declarou Galípolo.

Cenário misto
Enquanto setores da economia brasileira, como o agronegócio e o setor externo, apresentam sinais de recuperação e otimismo — incluindo o recorde de entrada de investimento estrangeiro direto em outubro —, o consumo interno ainda sofre os efeitos dos juros altos. Empresários e economistas pressionam por um ciclo de cortes mais rápidos na Selic, mas o Banco Central reforça que qualquer flexibilização só ocorrerá mediante maior estabilidade e previsibilidade dos preços.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para dezembro, e o mercado segue atento à sinalização da autoridade monetária sobre os rumos da taxa de juros em 2026.

FONTE: reuters.com