
Em sua última reunião de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, confirmando as expectativas do mercado e sinalizando que os juros devem continuar elevados ao menos até o início de 2026. A decisão foi unânime entre os membros do colegiado e reflete a cautela da autoridade monetária diante da inflação ainda resistente em setores estratégicos da economia.
A Selic permanece no patamar mais alto desde 2006, adotada como ferramenta principal para conter as pressões inflacionárias acumuladas nos últimos anos. Apesar da desaceleração do IPCA, que caminha para encerrar o ano abaixo do teto da meta (4,5%), o Banco Central avalia que ainda há riscos no horizonte, especialmente ligados à volatilidade fiscal e às incertezas internacionais.
“O Copom entende que o atual nível da taxa básica é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante”, informou o comunicado oficial, que manteve um tom conservador e reforçou o compromisso com o controle de preços.
Para analistas econômicos, a manutenção da Selic alta tem impacto direto sobre o crédito, o consumo e os investimentos produtivos — o que ajuda a explicar a desaceleração do PIB no segundo semestre de 2025. No entanto, a sinalização é de que o início de um ciclo de cortes pode ocorrer a partir do segundo trimestre de 2026, caso o cenário inflacionário continue sob controle.
Empresários e representantes da indústria têm pressionado por uma redução mais rápida da taxa, argumentando que o custo do capital elevado prejudica a retomada econômica e o emprego. Por outro lado, o Banco Central segue priorizando a credibilidade da política monetária e a estabilidade de longo prazo.
FONTE: agenciabrasil.ebc