O Banco Central do Brasil estuda implementar novas restrições ao uso do sistema de pagamentos instantâneos Pix, após uma série de ataques cibernéticos que resultaram no desvio de aproximadamente R$ 1,5 bilhão. A proposta mira especialmente instituições financeiras que utilizam Provedores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs) terceirizados, considerados mais vulneráveis a invasões.
A medida vem após recentes fraudes envolvendo empresas como C&M Software e Sinqia, que expuseram fragilidades na segurança digital de intermediários do sistema bancário. Os ataques, considerados os maiores já registrados desde a criação do Pix em 2020, provocaram reação imediata do Banco Central e mobilizaram o setor financeiro.
Entre as ações analisadas estão a limitação do número de transações, restrições de volume financeiro movimentado e exigência de protocolos de segurança mais rígidos para empresas que operam via PSTIs. A proposta tem como objetivo preservar a confiança no sistema e proteger os usuários finais, sem comprometer a agilidade que tornou o Pix amplamente adotado por mais de 150 milhões de brasileiros.
Segundo nota oficial, o BC ressalta que as discussões ainda estão em fase técnica e que nenhuma decisão foi tomada, mas adiantou que poderá adotar “medidas proporcionais à gravidade e reincidência das vulnerabilidades detectadas”.
Representantes do setor bancário demonstram preocupação com o impacto das medidas para instituições de menor porte, que dependem dos serviços de PSTIs para operar. Especialistas em segurança da informação, no entanto, defendem maior rigor regulatório. “Esses ataques demonstram que, apesar da inovação, o sistema ainda convive com brechas perigosas que precisam ser resolvidas com urgência”, afirmou o analista digital Ricardo Motta.
FONTE: noticiasaominuto.com.br