O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (7) que há sinais claros de que a economia brasileira permanece aquecida, mesmo diante de uma política monetária ainda restritiva, com a taxa básica de juros (Selic) mantida em 15% ao ano.
Durante participação em um evento com representantes do setor financeiro, Galípolo destacou que indicadores como o déficit em transações correntes, a resiliência do consumo das famílias e a pressão no mercado de trabalho evidenciam uma demanda interna forte, o que pode dificultar o processo de desaceleração da inflação, especialmente nos setores de serviços e alimentação.
“A economia continua respondendo com vigor, apesar da taxa de juros elevada. Isso mostra que estamos diante de um ambiente onde a demanda interna segue aquecida”, declarou o presidente do BC, reforçando que o cenário exige cautela nas decisões futuras sobre cortes na Selic.
O mercado financeiro vinha especulando sobre a possibilidade de novas reduções na taxa de juros ainda neste ano, mas as falas do presidente do Banco Central indicam que o ciclo de afrouxamento monetário pode ser mais lento do que o previsto anteriormente.
Especialistas avaliam que o tom adotado por Galípolo serve como um alerta ao governo federal, que vem pressionando por juros mais baixos para estimular o crescimento. Por outro lado, o BC mantém o foco em conter as expectativas inflacionárias e garantir a estabilidade econômica no médio prazo.
O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcado para novembro, e deverá levar em conta os dados atualizados de inflação, atividade econômica e projeções do mercado.
FONTE: reuters.com