Atividade Industrial da Ásia Enfraquece em Julho e Acende Alerta para Economia Global

A indústria asiática voltou a mostrar sinais de enfraquecimento em julho, aumentando as preocupações com a saúde da economia global em meio ao aumento das tensões comerciais provocadas pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Os índices de atividade industrial (PMI) divulgados nesta quinta-feira apontaram queda no ritmo de produção nas principais economias do continente, incluindo China, Japão e Coreia do Sul.

Na China, o PMI industrial oficial caiu para 49,5, abaixo da linha dos 50 pontos que separa expansão de contração. Este foi o segundo mês consecutivo de retração e reforça os temores de desaceleração sustentada no setor manufatureiro. Analistas citam a queda nas exportações e a retração da demanda interna como os principais fatores que pressionam a indústria chinesa.

No Japão, a situação também preocupa. O PMI japonês recuou para 50,2, mostrando estagnação na produção. Segundo o Banco do Japão, as empresas estão revendo planos de investimento e reportando queda nos lucros, em parte devido ao impacto das tarifas americanas sobre produtos tecnológicos e automotivos. “A perspectiva para o segundo semestre é de crescimento moderado, com risco de reversão dependendo do desdobramento das disputas comerciais”, destacou o relatório da autoridade monetária.

A Coreia do Sul, por sua vez, registrou queda de 1,1 ponto no PMI industrial, atingindo 48,9. A retração foi atribuída à diminuição das encomendas externas e à instabilidade cambial. O setor de semicondutores, um dos pilares da economia sul-coreana, enfrenta incertezas diante da taxação de produtos vindos de Taiwan e da interrupção de rotas logísticas globais.

Especialistas em comércio internacional alertam que a fraqueza industrial da Ásia pode ter efeitos em cascata. “Como grande parte das cadeias de produção globais passa pela Ásia, a desaceleração na região pode provocar escassez de produtos, aumento de custos e reverberações nos mercados consumidores da Europa e das Américas”, afirmou Chen Wang, analista sênior do Instituto de Estudos Econômicos Asiáticos.

Com os Estados Unidos ampliando barreiras comerciais e a demanda global dando sinais de fraqueza, a Ásia — que nos últimos anos foi motor do crescimento mundial — agora enfrenta o desafio de manter sua dinâmica industrial sem depender exclusivamente das exportações.

FONTE: reuters.com