A economia brasileira registrou um desempenho abaixo do esperado em maio, com retração de 0,7% no Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central. O indicador, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), frustrou as expectativas do mercado, que projetava estabilidade ou leve alta no período.
O principal responsável pela desaceleração foi o setor agropecuário, que teve queda de 4,2%, reflexo de choques climáticos e perdas na safra de grãos em estados do Sul e Centro-Oeste. A indústria também recuou 0,5%, enquanto o setor de serviços, que responde por cerca de 70% da economia, mostrou estabilidade.
Economistas apontam que o aumento da taxa Selic, atualmente em seu maior patamar em quase duas décadas, tem exercido forte pressão sobre o consumo e os investimentos, especialmente em setores dependentes de crédito, como construção civil e bens duráveis.
O resultado de maio eleva as incertezas sobre o ritmo de crescimento do país no segundo semestre. Embora o Ministério da Fazenda tenha revisado a projeção do PIB de 2025 para 2,5%, a continuidade de indicadores negativos pode afetar a confiança do mercado e limitar a expansão econômica.
A queda também reacende o debate sobre a política monetária. Parte dos analistas defende uma flexibilização mais rápida dos juros para preservar o dinamismo da atividade econômica, diante de sinais de inflação sob controle e desaquecimento da demanda.
FONTE: reuters.com