
Apesar do crescimento de 0,4% da atividade econômica brasileira em agosto, os números divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (16) indicam que o país pode estar entrando em um ritmo de desaceleração econômica. O resultado, abaixo da expectativa de 0,6% prevista por analistas, levanta preocupações sobre a sustentabilidade do crescimento nos últimos meses do ano.
O índice IBC‑Br — usado como uma espécie de termômetro do PIB — aponta para um cenário mais cauteloso, em meio a juros elevados, manutenção da taxa Selic em 15% e inflação persistente, especialmente nos núcleos inflacionários.
“O número positivo não deve mascarar o fato de que a economia está perdendo tração. As condições monetárias seguem apertadas e o consumo das famílias mostra sinais de esgotamento”, analisou Rodrigo Lacerda, economista da LCA Consultores.
A desaceleração também é perceptível em setores estratégicos. A agropecuária, por exemplo, teve recuo de 1,9% em agosto, impactando diretamente estados com forte base no agronegócio. A indústria e os serviços cresceram, mas sem a força necessária para compensar as perdas no campo.
Para o governo, o crescimento acumulado ainda é considerado consistente — o IBC-Br mostra alta de 2,5% nos últimos 12 meses. No entanto, a expectativa é de um crescimento mais moderado no quarto trimestre, com o PIB de 2025 estimado entre 2,2% e 2,4%.
FONTE: reuters.com