
A agropecuária foi o setor que mais contribuiu para o desempenho aquém do esperado da economia brasileira em agosto. Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (16), o setor apresentou retração de 1,9% no mês, enquanto o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) geral cresceu 0,4%, abaixo da projeção de 0,6% do mercado.
A queda na produção agrícola ocorre em meio a um cenário de clima irregular, altos custos de insumos e exportações em ritmo mais lento, fatores que vêm pressionando produtores em várias regiões do país. Com forte peso no PIB nacional, o desempenho do campo tem impacto direto sobre o conjunto da economia — especialmente em estados com forte vocação agropecuária, como Paraná, Mato Grosso e Goiás.
“A desaceleração da agropecuária em agosto foi determinante para o resultado mais tímido da atividade econômica. A safra já vinha dando sinais de esgotamento em algumas culturas, e há incertezas climáticas pesando sobre o próximo ciclo”, avalia a economista Natália Vilela, da Tendências Consultoria.
Enquanto a agricultura recuou, outros setores apresentaram desempenho misto: a indústria seguiu estável e os serviços tiveram leve alta, sustentando o crescimento global do índice, mas sem força suficiente para impulsionar a economia além das expectativas.
A expectativa para os próximos meses é de crescimento moderado, com projeções de expansão em torno de 2,2% para o PIB de 2025. O Banco Central mantém a Selic em 15%, o que contribui para conter a inflação, mas também limita o fôlego da atividade econômica, especialmente em setores sensíveis ao crédito, como o agronegócio.
FONTE: reuters.com