Um acordo inesperado entre Estados Unidos e União Europeia, anunciado neste domingo (27), trouxe alívio aos mercados financeiros internacionais e evitou o agravamento de uma nova crise comercial. O pacto estabelece tarifas de 15% sobre exportações europeias para os EUA, um percentual significativamente menor do que os 30% a 50% inicialmente ameaçados pela administração norte-americana.
O compromisso foi selado após semanas de intensas negociações diplomáticas, que envolveram diretamente lideranças econômicas de ambos os lados do Atlântico. O presidente dos EUA, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, celebraram o acordo como uma “solução equilibrada que protege empregos e competitividade”.
A notícia repercutiu positivamente nos mercados globais. As bolsas de valores da Europa e dos Estados Unidos abriram a semana em alta. O índice Stoxx 600 subiu 1,8%, enquanto o Dow Jones e o S&P 500 avançaram 1,5% e 1,2%, respectivamente. A reação foi puxada por papéis de montadoras, empresas do setor químico e semicondutores — setores que seriam diretamente atingidos pelas tarifas mais severas.
Economistas avaliaram que a decisão evitou um cenário de escalada protecionista em escala global. “Este acordo não apenas reduz o impacto imediato sobre o comércio transatlântico, mas também sinaliza que ainda há espaço para diplomacia econômica em um ambiente cada vez mais fragmentado”, afirmou Carsten Brzeski, chefe de macroeconomia do ING Bank.
No entanto, analistas advertem que o gesto deve ser visto com cautela. “É um armistício temporário, não uma resolução estrutural. As tensões comerciais permanecem vivas, especialmente com países como China, Brasil e México, que ainda enfrentam tarifas elevadas dos EUA”, alertou a colunista do Financial Times, Rana Foroohar.
Ainda assim, o desfecho favorável desta rodada reforça o apelo por soluções multilaterais e cooperação internacional em um cenário de crescente nacionalismo econômico. Os mercados, por ora, respiram aliviados — mas o equilíbrio é frágil.
FONTE: theguardian.com