A implementação do programa “Parceiro da Escola”, iniciativa do Governo do Paraná que estabelece a gestão compartilhada de unidades escolares com a iniciativa privada, tem provocado intensos debates entre autoridades públicas, profissionais da educação e a sociedade civil.
Lançado oficialmente neste ano, o projeto já contempla 204 escolas da rede estadual, com previsão de ampliação para novas unidades até o final de 2025. Segundo o governo, o objetivo é melhorar a infraestrutura, a segurança e a administração das escolas, permitindo que os diretores concentrem-se exclusivamente nas questões pedagógicas.
“A proposta visa apoiar as escolas em áreas não pedagógicas, como manutenção predial, segurança e alimentação escolar, sem comprometer a autonomia pedagógica dos docentes”, afirma um porta-voz da Secretaria de Estado da Educação.
Entretanto, o modelo enfrenta resistência por parte de sindicatos da educação, como a APP-Sindicato, que teme a privatização progressiva do ensino público e a precarização das relações de trabalho nas escolas. Representantes da entidade apontam ainda a falta de diálogo e de estudos aprofundados que comprovem os benefícios da medida.
Pais, alunos e membros da comunidade escolar também têm se manifestado. Em diversas cidades, foram realizados protestos e audiências públicas para discutir os impactos da gestão compartilhada, especialmente em municípios do interior, como Apucarana e Arapongas.
A proposta divide opiniões. Enquanto parte da população vê a medida como uma resposta à burocracia e à deterioração das estruturas escolares, outros alertam para os riscos de transferir funções públicas essenciais a entes privados.
A Secretaria de Educação afirma que continuará monitorando o desempenho das escolas participantes e promete apresentar avaliações periódicas de impacto até o fim do ano letivo.
FONTE: Gazeta do Povo