Falta de vagas em creches afeta 39% das crianças brasileiras e escancara desafios no acesso à educação infantil

Educação9 hours ago

Um em cada três bebês e crianças pequenas no Brasil continua fora das creches por falta de vagas. Dados divulgados nesta semana apontam que 39% das crianças de até três anos não frequentam nenhuma instituição de educação infantil por ausência de oferta pública — índice que permanece praticamente estagnado desde 2019.

A informação, publicada pelo jornal O Globo com base em levantamentos do IBGE e de entidades do setor educacional, evidencia um gargalo estrutural nas políticas públicas voltadas à primeira infância. Mesmo após uma década da sanção do Plano Nacional de Educação (PNE), que previa garantir acesso à creche para pelo menos 50% das crianças até 2024, a meta ainda está longe de ser alcançada.

Segundo especialistas, a falta de investimento contínuo, a escassez de planejamento municipal e a ausência de financiamento específico para a construção e manutenção de creches públicas têm contribuído para o cenário. A desigualdade regional também é um fator agravante: Norte e Nordeste concentram os maiores déficits, enquanto estados do Sul e Sudeste apresentam taxas mais próximas da meta nacional.

Além de representar um desafio educacional, a ausência de vagas em creches tem implicações diretas sobre o mercado de trabalho e a renda das famílias, especialmente das mulheres. A falta de uma rede pública acessível obriga muitas mães a deixarem seus empregos ou a optarem por trabalhos informais para cuidar dos filhos pequenos.

O Ministério da Educação informou que trabalha em parceria com os municípios para ampliar a rede de creches, especialmente por meio do programa Proinfância e da retomada de obras paradas. No entanto, gestores municipais apontam a necessidade urgente de novas fontes de financiamento, já que o custeio das unidades existentes já pressiona os orçamentos locais.

Organizações da sociedade civil e pesquisadores alertam que o acesso à creche deve ser tratado como prioridade nacional, não apenas por seu papel social, mas também pelos benefícios comprovados que a educação na primeira infância traz para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças.

FONTE: oglobo

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