Superávit comercial do Brasil em junho frustra expectativas e sinaliza desaceleração no saldo anual

O Brasil registrou um superávit comercial de US$ 5,89 bilhões no mês de junho, resultado abaixo das expectativas do mercado, que projetava um saldo superior a US$ 6,4 bilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (7) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O desempenho foi influenciado por um leve aumento de 1,4% nas exportações, impulsionado sobretudo pela alta nos embarques de café, soja e carne bovina, e por uma elevação mais expressiva de 3,8% nas importações, com destaque para fertilizantes, autopeças e maquinário industrial.

No acumulado de 2025 até junho, o superávit soma US$ 30,1 bilhões, o que representa uma queda de quase 28% em relação ao mesmo período do ano passado. Analistas apontam que o ritmo mais fraco das exportações para a China, aliado ao aumento da demanda interna por insumos industriais e bens de capital, tem comprimido o saldo da balança comercial.

O resultado acende um sinal de alerta no governo, que conta com as exportações como uma das principais âncoras do crescimento econômico neste ano. Apesar do bom desempenho agrícola, setores como mineração e indústria de transformação têm mostrado desaceleração, refletindo os efeitos do cenário global de juros altos e demanda enfraquecida.

O Ministério da Fazenda mantém a expectativa de um superávit superior a US$ 70 bilhões até o fim de 2025, mas admite que o comportamento do comércio exterior no segundo semestre será determinante para confirmar esse cenário.

FONTE; reuters.com