O Brasil registrou um superávit comercial de US$ 1,3 bilhão na primeira semana de julho, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Apesar do saldo positivo, o montante representa uma queda de 25,4% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo um crescimento mais acentuado das importações frente às exportações.
Entre janeiro e o início de julho, o superávit acumulado na balança comercial soma US$ 31,39 bilhões, bem abaixo dos US$ 42,1 bilhões registrados no mesmo intervalo do ano passado. A diferença é atribuída ao aumento nas compras externas, que cresceram 14,3%, enquanto as exportações subiram 10,6%.
Os principais produtos exportados continuam sendo soja, minério de ferro, petróleo bruto e carnes — com destaque para a alta nos embarques de commodities agrícolas. Por outro lado, as importações foram impulsionadas por combustíveis, bens de capital e insumos industriais, o que, segundo analistas, pode indicar uma retomada parcial da produção doméstica.
Para o economista Bruno Andrade, da Fundação Getulio Vargas, a desaceleração do superávit não é um sinal de crise, mas exige atenção. “O Brasil continua com saldo positivo, mas o crescimento mais rápido das importações pode pressionar o câmbio e a balança se essa tendência persistir nos próximos trimestres”, explicou.
O governo federal já estuda medidas de estímulo à exportação de manufaturados e abertura de novos mercados, especialmente diante de recentes tensões comerciais com os Estados Unidos, que anunciaram tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros como aço, ferro e petróleo.
FONTE: balança.economica.gov.br